O que é a tabela periódica?
A tabela periódica é uma organização proposta pelo químico Dmitri Mendeleev, em 1869, para dispor os elementos químicos. A disposição dos elementos está baseada em um agrupamento de elementos com tendências e características semelhantes, o que se mostrou verdade até para os elementos que ainda não haviam sido descobertos no final do século XIX.
A grande maioria das previsões propostas por Mendeleev foi verificada e se mostrou correta, o que contribuiu para a aceitação de sua proposta de organização. Desde então, cientistas e químicos mantém a tabela periódica como sua ferramenta de trabalho e, eventualmente, a aprimoram com a expansão e inclusão de novos elementos químicos a medida que são descobertos ou sintetizados.
Como dito, a disposição dos elementos não é aleatória, mas ordenada com base em seus números atômicos, representados pela letra Z maiúscula. Elementos na mesma coluna apresentam comportamentos similares e pertencem à mesma família ou grupo. As linhas horizontais são os períodos e, em geral, é composta por elementos metálicos na esquerda e não metálicos, na direita. Há ainda uma divisão em quatro blocos com propriedades similares.
Ao analisar a tabela da esquerda para a direita, é possível notar que o número de elétrons aumenta gradativamente, um por vez. Este é um dos exemplos de como a ordem da tabela periódica pode ajudá-lo a lembrar com mais facilidade de cada um dos fatores que gira em torno dos elementos.
Informações obtidas na tabela periódica
Como falamos, é possível obter algumas informações prontas apenas analisando a posição do elemento química na tabela. É necessário ter os conceitos bem fundamentados, mas por vezes a resposta de uma questão pode ser obtida pela simples avaliação da tabela.
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Raio Atômico
O raio atômico é a distância do centro de um átomo até o centro do átomo ao lado dividido por dois. Na maioria dos períodos de uma tabela periódica, o valor do raio atômico vai diminuindo da esquerda para a direita. Em grande parte dos grupos da tabela periódica, este valor aumenta ao analisar um grupo de cima para baixo.
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Potencial de Ionização
O potencial de ionização é a energia mínima requerida para transformar o átomo em seu estado gasoso para um cátion monovalente. Quanto mais perto um elétron estiver de um núcleo, mais difícil será de removê-lo e maior será seu potencial de ionização.
Na tabela periódica, o potencial de ionização aumenta da esquerda para a direita nos períodos, onde a atração do núcleo sobre os elétrons é maior. Já nos grupos da tabela, o potencial de ionização cresce no sentido contrário, de cima para baixo.
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Afinidade Eletrônica
A afinidade eletrônica é a energia liberada quando um elétron é adicionado a um átomo gasoso. Em processos favoráveis, onde a tendência do átomo é de ganhar um elétron, haverá maior liberação de energia. Na tabela periódica, a afinidade eletrônica aumenta de baixo para cima. Se observarmos os períodos, a afinidade aumenta da esquerda para a direita, seguindo os números atômicos.
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Eletronegatividade
Eletronegatividade é a maneira de medir a atração de um átomo por elétrons em uma ligação química. Dentro dos grupos da tabela periódica, a eletronegatividade diminui ao mesmo tempo em que o número atômico aumenta. Já nos períodos, a tendência é que a eletronegatividade aumente gradativamente da esquerda para a direita, embora haja exceções entre os grupos 7 e 12.
A inclusão de novos elementos na tabela
Você sabia que a tabela periódica que está aprendendo não é exatamente a mesma que seus pais estudaram quando estavam na escola? Isso mesmo! A tabela periódica está em constante modificação com a inclusão de novos elementos.
Em dezembro de 2015, a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) aprovou a inclusão de quatro novos elementos descobertos na década passada. São elementos criados através de aceleradores de partículas por pesquisadores japoneses, russos e americanos e adicionados à tabela com os números atômicos 113, 115, 117 e 118.
Seus nomes ainda não foram oficializados, mas há uma proposta para serem chamados, respectivamente, de nihonium (Nh), moscóvio (Mc), tennessine (Ts) e oganesson (Og).
Os novos elementos são classificados como elementos sintéticos, ou seja, que não são encontrados na natureza e, portanto, foram criados pelo homem. Neste caso, os quatro foram produzidos em aceleradores de partículas, o que os tornam bastante instáveis e radioativos.
Simplificando a tabela periódica para o ENEM
Existem muitas preocupações comuns na vida de quem é estudante, especialmente em fase de Enem. São inúmeras as fórmulas e conteúdos que precisam estar na ponta da língua na hora dos testes. Por sorte, sempre existe um jeito de facilitar essa memorização. Vale inventar músicas, rimas e até trocadilhos engraçados.
Infelizmente, basta ter o primeiro contato com a tabela periódica e a sensação é quase a mesma para todos os alunos: desespero. Os inúmeros símbolos com seus números atômicos e uma variedade enorme de definições sempre causam dúvidas e o receio de serem esquecidos. Mas será que você precisa mesmo decorar todos eles? Ou apenas entendê-los é suficiente?
Pensando nisso, o desenhista americano Keith Enevoldsen criou uma tabela que mostra para o que serve cada elemento.
A tabela de Keith
Em entrevista à BBC, o cartunista explicou que sempre gostou das tabelas, mas que nunca encontrou uma com imagens atrativas dos elementos. Adulto, ele decidiu resolver o problema. Enevoldsen disse também que se inspirou no escritor e bioquímico Isaac Asimov, considerado mestre da ficção científica e conhecido por dar exemplos do cotidiano para explicar o funcionamento da química.
Uma ideia e tanto, a tabela de Keith é interativa e pode ser acessada gratuitamente em sua plataforma online em inglês. Menor do que a original, que possui 118 elementos, ela vai até o número 98. Ao criá-la, Keith pensou numa maneira de tornar o ensino dos elementos mais divertido e próximo da realidade. Basta um clique para visualizar a funcionalidade de cada elemento na vida real. A partir desses exemplos, é possível entender a tabela e não somente decorá-la.
Afinal, é preciso decorar a tabela?
Muitos professores defendem a ideia de que não é preciso decorar a tabela periódica. Isso porque geralmente os elementos citados nos exercícios são quase sempre os mesmos. Assim, basta ter uma tabela periódica por perto sempre que for estudar química, que com a prática você acabará memorizando naturalmente os principais elementos.
Para aqueles que preferem decorar, vale apostar nas chamadas frases mnemônicas (frases que auxiliam na memorização) formadas por palavras associadas a cada elemento, que podem ou não rimar entre si.
As letras destacadas das palavras são os símbolos dos elementos químicos de cada família. Em alguns casos, listamos mais de uma opção de frase para que você escolha a que lhe parecer mais fácil de decorar.
Confira as mais comuns:
- Família 1A – HOJE LI NA KAMA ROBINSON CRUSOÉ EM FRANCÊS
H / Li / Na / K / Rb / Cs /Fr
- Família 2A – BELA MARGARIDA CASOU COM O SR. BARTOLOMEU RAMOS
Ou: Bete Magrela Casou com o Sr. Barão Ramos
Be / Mg / Ca / Sr / Ba / Ra
- Família 3A – BELAS ALUNAS GERMÂNICAS INDO TELEFONAR
Ou então: Bom, Algum Gato Invadiu o Telhado.
Ou: Bebi Alcóol e Ganhei uma Indigestão Tola
B / Al / G / In / Tl
- Família 4A – CASOU SILICIA GERMANA COM SENADOR PARAIBANO
Ou então: Comi Siri Gelado Sen Problemas.
Ou: Com Silêncio Geralmente Sanamos Problemas.
Ou: Com Sinceridade Geralmente tenho Sonhos Proibidos.
C / Si / Ge / Sn / Pb
- Família 5A – NOSSOS PAIS ASSAM SABOROSOS BIFES
Ou então: Não Posso Assinar nada Sobre a Bíblia.
Ou: Não é Possível Assar Saborosos Biscoitos.
N / P / As / Sb / Bi
- Família 6A – OS SETE PORQUINHOS
Ou então: O Sangue do Senhor Tem Poder
O / S / Se / Te / Po
- Família 7A – FORAM CLAMADOS BRAVOS ÍNDIOS ATEUS
Ou então: Foi Cláudio o Bravo quem Invadiu Atenas.
Ou: Ficou Claro que Brahma é Igual à Antartica.
F / Cl / Br / I / At
- Família 8A – HÉLIO NEGOU ARROZ A KRISTINA E FOI PRA XERÉM COM RENATA
Ou então: Homem Nenhum Arranca Kriptonita do Xerife de Rondônia
He / Ne / Ar / Kri / Xe / Rn
- Família 1B – CUSPI NO CÃO DE AGNALDO, ELE FEZ AU
Cu / Ag / Au
- Família 2B – ZENILDA TEM CADA HOLOGRAMA
Zn / Cd / Hg
- Família 3B – SÓCIOS YGNORANTES LAVAM ÁCAROS
Sc / Y / La / Ac
- Família 4B – TIO ZIRALDO VIAJOU COM HALF E RAFA
Ti / Z / Hf / Rf
- Família 5B – VI O NOBEL, ELE TÁ DÉBIL
V / Nb / Ta / Db
- Família 6B – CREUNICE MOROU COM WALTER SARGENTO
Cr / Mo / W / Sg
- Família 7B – MINHA TORCIDA É DE RECIFE
Mn / Tc / Re
- Família 8B – CONHECI A RH, IRMÃ DO MATEUS
Ou: Como o Rh Irá Multar os funcionários
Co / RH / Ir / Mt
Essas frases podem ajudá-lo bastante a se recordar de alguns elementos da tabela periódica na hora da prova. Mas vale lembrar que elas não substituem o aprendizado prático, que só pode ser adquirido com a resolução de exercícios.
Dicas gerais para compreender a tabela periódica
Se a prova está chegando e você está em busca de umas dicas rápidas sobre química, veja nossa relação:
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A quantidade de prótons dos átomos de um mesmo elemento é equivalente. Já a de nêutrons e elétrons varia de um elemento para outro.
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Podem existir em diversos locais no universo, sendo que o mais comum deles é o hidrogênio, um dos principais formadores do corpo humano. O hélio fica em segundo lugar nesse quesito.
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O elemento mais conhecido pelas pessoas de um modo geral é o oxigênio, principalmente por estar relacionado à respiração.
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Foram formados por reações químicas dentro de estrelas.
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Existem os elementos considerados puros e, por isso, recebem outro nome: alótropos. Alguns exemplos são o diamante e o grafite.
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Dentro da tabela periódica, os elementos químicos estão organizados em ordem crescente segundo a quantidade de prótons (massa molecular) que possuem.
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Apenas dois elementos são líquidos em temperatura ambiente: o mercúrio e o bromo.
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Outros podem ser produzidos sinteticamente, sendo que o primeiro deles foi o Tecnécio.
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Os elementos da tabela periódica são divididos em 3 categorias: metais, semimetais e não-metais. A maior parte deles pertence ao conjunto dos metais.
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A maior parte dos elementos químicos é misturado a outros para formarem os compostos presentes no dia a dia.
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Como entender a tabela periódica e usá-la no estudo da química publicado primeiro em https://www.universia.com.br/
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